
As igrejas históricas de Minas
revelam por sua arquitetura, pinturas, estatuária a vida religiosa de uma
geração. Nelas rezaram tantas gerações de fiéis com imensa devoção. Os
edifícios, as estátuas, as pinturas, as alfaias precisaram de tempo para ser
feitas. Cada elemento da antigüidade carrega pequena história.

Além de ser pejadas de história,
elas primam pela qualidade artística. Cresce assim o alcance educativo. Toda
obra de arte cinzela os gostos das pessoas. Desbasta-lhes a rudeza e prepara-as
para apreciar outras obras de arte. É o melhor remédio para a atual cultura da
imagem televisiva de mau gosto. A vulgaridade visual triunfa por todas as
partes e as crianças deformam-se com contínuas aulas de incultura. As igrejas
históricas e artísticas, pelo contrário, desenvolvem -lhes o lado estético. O
ser humano, enquanto criado pela beleza infinita de Deus, é dotado de uma
tendência para a beleza que pode ser desenvolvida ou atrofiada ou mesmo
deformada.
Velar com todo cuidado pelas
obras de arte que possuímos é enorme contribuição para a cultura de nosso povo.
Elas fazem parte de precioso patrimônio cultural. Os atos de vandalismo
praticados contra elas nos empobrecem e nos degradam. Há perdas irreparáveis
que nos custam caro.
As famílias e as escolas têm
obrigação de educar as crianças para aprenderem a apreciar essas obras de arte
e assim as conservar com capricho. Desde cedo, cabe fazer preleções de arte nas
escolas para as crianças. Se não constam em muitos currículos, deveriam ser
introduzidas pelo seu valor humanizante e cultural.
Mesmo sem ter a abundância de
obras de artes comparáveis com os países mais antigos ou mais ricos que
conseguiram à base de história ou de compra construir acervo invejável, Minas é
uma das regiões do Brasil que conservou obras barrocas de alto valor. Esse
conjunto não só alimenta a piedade popular como também atrai visitantes de
muitas outras cidades do país e do estrangeiro. A cultura artística é
universal. Basta ter sentido estético para apreciá-la.
Toca a nós, mineiros, em primeiro
lugar, zelar pela conservação de nossa cultura artística. Não somos donos das
obras de arte. Pertencem à humanidade. Somos seus guardiães. As gerações
vindouras nos julgarão pelo cuidado que tivermos de conservá-las ou pela
negligência de perdê-las. É um direito de todos que a beleza das igrejas
históricas se perpetue para que outras gerações a contemplem.
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